Análise da semana




Foi um fim-de-semana de muitos jogos , com encontros mais equilibrados do que seria de esperar e com o jogo grande decidido no último segundo.

Comecemos pelo principal jogo da jornada, o Colégio de Gaia – Alavarium. As aveirenses fizeram uma excelente primeira parte, com um sólido sistema defensivo mas na segunda parte, o ataque não conseguiu encontrar as melhores soluções para ultrapassar a defesa 5-1 contrária. Andreia Madail esteve em grande nível da baliza do Alavarium e Cláudia Correia saiu do banco mas rubricou uma excelente exibição, sobretudo numa altura em que as atiradoras do Alavarium (que começaram muito bem o jogo) deixaram de ter sucesso. O Alavarium perde o jogo no último segundo mas mostrou que se pode bater ao mais alto nível, mas a equipa tem sido muito inconstante alternando boas exibições com outras descoloridas. Quanto ao Colégio de Gaia, sofreu muito para manter a invencibilidade, depois de uma primeira parte recheada de falhas técnicas. Não concordamos com Paula Castro quando, no final do jogo, afirmou que o momento do jogo foi ao minuto 45 quando passaram para a frente. Na nossa opinião, o momento do jogo foi quando alterou a defesa de 6-0 para 5-1, a partir daí conseguiram melhorar muito a eficácia defensiva, aliada à entrada para a defesa de Bebiana Sabino que deu uma mãozinha mesmo sem treinar e que o Colégio tenta convencer a continuar a jogar. Helena Soares não sabe jogar mal mas o Colégio está muito dependente dos contra-ataques da veloz Carolina Monteiro que voltou a fazer um ótimo jogo e que decidiu no último segundo. O Colégio sem fazer grandes exibições, vai sendo eficaz e lidera o campeonato, juntamente com o Madeira Sad.

No Académico – Santa Joana defrontavam-se duas equipas que ainda não tinham vencido. Um Santa Joana com muitas limitações e claramente a equipa mais fraca do campeonato e um Académico com um péssimo arranque de época. Este era o jogo perfeito para ganhar moral e as atletas de André Monteiro não desperdiçaram a oportunidade. O jogo ficou praticamente decidido na primeira parte, com a equipa do Santa Joana a não encontrar soluções ofensivas, revelando as fragilidades conhecidas. Ana Carvalho esteve em bom nível e Catarina Dias com boas execuções na ponta esquerda, mas vai ser preciso quase um milagre para o Santa Joana não descer de divisão. Quanto ao Académico, sem fazer uma grande exibição conseguiu triunfar sem dificuldade, assente numa defesa que na primeira parte esteve a um bom nível.  Cristiana Alves continua a jogar a um nível muito superior ao do resto da equipa e neste jogo apareceu Bárbara Gandra, uma ponta esquerda que tem feito um início de campeonato discreto mas que teve boas execuções neste encontro.

O JAC conseguiu um dos grandes resultados da jornada ao bater o Sports Madeira. Apesar de ter estado a perder a maior parte do encontro, as pupilas de Marco Santos deram a volta ao jogo, mostrando uma organização ofensiva muito sólida. Marta Santos que neste arranque do campeonato não nos tem convencido, entrou a meio da primeira parte e esteve muito bem, dando o tiro exterior que a equipa necessitava e, na segunda parte, apareceu Raquel Anacleto numa equipa muito bem organizada e que conseguiu surpreender no final da primeira parte numa situação de 7 jogadoras de campo. Quanto ao Sports Madeira, uma derrota que não poderia ter acontecido, mesmo sem contar com Cláudia Aguiar por lesão. A equipa cometeu erros a mais para uma equipa tão experiente. Salvou-se Jéssica Gouveia e na segunda parte apareceu Ana Andrade mas é uma equipa que tem que fazer muito mais e que tem que trabalhar mais a recuperação defensiva pois esse é um dos seus grandes calcanhares de Aquiles.

No dia seguinte, a equipa do Alcanena recebeu a grande candidata ao título, Madeira Sad, tendo naturalmente mais dificuldades. Sobretudo em termos ofensivos, a equipa teve problemas naturais mas defensivamente fez um dos melhores jogos da temporada, com coragem e determinação. Destacou-se Raquel Anacleto que consegui bons golos quer da primeira linha quer da ponta esquerda.  Apesar da derrota, o JAC tem que sair deste fim-de-semana muito satisfeito – uma vitória perante uma boa equipa e um jogo em que conseguiu dar boa réplica à melhor equipa nacional. Apesar da vitória, a Sad não esteve bem. Valeu-lhe a sua qualidade defensiva e uma mais que segura Isabel Góis para conquistar uma vitória onde, além da guarda-redes, apenas Mónica Soares esteve a um bom nível. Acreditamos que a má exibição começou na memória da véspera e a falta de confiança de algumas jogadoras foi evidente.

Na véspera, esteve perto para acontecer uma das grandes surpresas da época. Depois de ter ido a Aveiro derrotar o Alavarium, o Assomada não esteve muito longe de repetir o feito diante do Madeira Sad.  Ofensivamente, a equipa lisboeta teve as naturais dificuldades em ultrapassar uma das mais sólidas defesas do campeonato, mas a equipa fez uma excelente exibição defensiva, com sistemas defensivos muito interessantes e com um empenho e entreajuda assinalável. A veloz Odete Tavares foi a melhor marcadora do Assomada mas a exibição colectiva defensiva foi tão homogénea e tão equilibrada que é difícil destacar alguém. O Assomada tem provado, jogo após jogo, que a sua divisão é a primeira e que se assume como candidato a chegar aos play-offs, o que seria um feito assinalável para o clube lisboeta. Quanto ao Madeira Sad, a segurança defensiva de sempre, mas uma enorme quantidade de erros ofensivos, muito pouco próprios de uma equipa com um investimento tão grande e com muitas das melhores jogadoras nacionais. Ao intervalo, a equipa perdia e teve que puxar dos galões para dar a volta ao jogo. Sara Gonçalves esteve bem e Mónica Soares é um verdadeiro abono de família quando as dificuldades apertam. A Sad ganhou mas não ganhou para o susto e as expressões de desalento de Sandra Martins ao longo do jogo são sintomáticas do seu estado de espírito e da exibição do Madeira Sad. Algumas jogadoras, como Cristiana Morgado, parecem longe do rendimento de outras épocas e é importante que isso mude porque a Sad é a favorita número 1 ao título mas tem que melhorar em relação ao que fez este fim-de-semana.

No dia seguinte, o Assomada não esteve tão bem diante do Sports Madeira, sobretudo defensivamente onde a equipa esteve longe do nível que tem apresentado. O sistema defensivo 4-2 inicial que tantos problemas tem causado às equipas adversárias não resultou e a equipa só estabilizou quando passou para o 6-0 e para o 5-1. Ofensivamente, Micaela Sanches começou muito bem o encontro com 3 golos de primeira linha mas não teve continuidade ao longo do jogo, mas Edna Oliveira manteve a consistência ao longo de todo o encontro, provando porque é uma das jogadoras mais regulares da competição. A equipa esteve perto de vencer de novo, mas uma série de erros deitaram tudo a perder perante uma equipa mais experiente. Apesar das duas derrotas, cremos que o Assomada tem razões para estar contente, por estar a conseguir disputar jogos com equipas que, à priori, seriam superiores. O Sports Madeira conseguiu uma importante e difícil vitória. A equipa continua sem defender bem e sem efectuar uma boa recuperação defensiva, mas esteve a um excelente nível ofensivo, com destaque para Jéssica Gouveia que marcou quer de excelentes desmarcações a pivot quer de rápidos contra-ataques.  Ana Andrade começa a subir de forma e, embora longe do melhor da sua carreira, foi decisiva para esta vitória de um Sports Madeira que tem sido muito irregular neste início de época mas que é uma equipa que pode vencer qualquer uma. é uma equipa que pode vencer qualquer uma.

Em Leça um dos jogos mais emocionantes da jornada, com o Cale a receber a Juve Lis. O Cale dominou a primeira parte, mas a Juve Lis reagiu e o Cale apenas conseguiu a vitória a cerca de 10 segundos do final com um golo de livre de 7 metros (depois de ter sido repetidopor exclusão ao banco da Juve Lis). Não sendo um grande jogo de andebol, foi muito emocionante, com ambas as equipas a entregarem-se por inteiro ao jogo. O Cale conseguiu vencer um jogo utilizando na parte final 7 jogadoras de campo, uma estratégia arrojada e que deu frutos numa equipa em que se destacaram Mariana Gomes (uma lateral esquerda relativamente baixa mas com muito sentido de baliza) e Filipa Ventura que conseguiu marcar alguns golos de ponta direita e arrancar livres de 7 metros muito importantes a pivot. Vitória muito importante para o Cale diante de um adversário direto para a luta pelos play-offs. A Juve Lis, depois da excelente vitória sobre o Maiastars na semana passada, conseguiu uma boa recuperação mas  perdeu perto do final, num jogo em que se destacaram a jovem talento Margarida Oliveira e Francisca Marques que parece regressada à sua melhor forma.


Por último, aquele que era considerado o segundo jogo da jornada com o Maiastars a deslocar-se ao pavilhão do Sir 1º de Maio. Depois de uma primeira parte equilibrada, o SIR conseguiu conquistar 2/3 golos de vantagem na segunda parte que foi mantendo até perto do final, antes de alargar até ao resultado final. Paulo Félix, no final da primeira parte, optou por atacar com 7 jogadores de campo e essa estratégia acabou por dar os seus frutos. É curioso ver como Paulo Félix está a tentar imprimir mais velocidade ao jogo, apostando mais no contra-ataque apoiado. A equipa defendeu sempre bem como é seu hábito alicerçada também numa seguira exibição da guarda-redes Diana Roque que depois lançava rápidos contra-ataques. Além da Guarda-redes, Neuza Valente apareceu nas alturas decisivas e conseguiu ultrapassar a sempre difícil defesa do Maiastars.  A equipa da Maia ainda esteve a vencer 7-8 aos 26 minutos de jogo, mas depois nunca mais conseguiu estar na frente do marcador. José Carlos Ribas apostou num 7 inicial com muitas jogadoras pelo primeiro ano no clube ((Mihaela, Minciuna, Ana Maria Ursu, Neide Duarte e Sara Sousa), mas só com a entrada de Diana Oliveira a equipa conseguiu acertar de primeira linha na primeira parte do encontro. Mas ofensivamente, a exibição foi de  novo muito pobre, à semelhança do que tinha acontecido em Leiria. Tal como dissemos no início da época, nas nossas previsões para o campeonato, o Maia tem dos plantéis mais fortes e extensos do campeonato mas tem que melhorar muito o seu estilo de jogo ofensivo porque a equipa nota bastantes dificuldades. 

Comentários

  1. Aprecio muito os vossos comentários e desde já vos digo que foi ver o jogo do CALE porque vocês tecem todas as semanas elogios a esta equipa .
    Foi um grande jogo ,mas e´da mais elementar justiça falar aqui da guarda-redes do Cale já que fez um grande jogo e sacou um sete metros no ultimo minuto de jogo.

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  2. Exclusão ao banco dá direito a repetição do livre 7 metros? É uma dúvida.

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  3. também concordo. muitas vezes esquecem-se de várias guarda redes que fazem bons jogos! nesta jornada a do cale mas por exemplo já vi a do academico a fazer grandes prestaçoes e só falam das de campo!

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  4. Os árbitros também estiveram bem nesse mesma jogo (calendário vs juve)

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  5. A GR do Académico, Andreia Costa, está sempre bem de facto! Quase nunca é referenciada.
    Há repetição do 7m se no momento em que houve interrupção do lance, a posse de bola ainda não está definida. Por exemplo se a mesa apita ou o cronometro para o final do tempo do jogo toca. Se ainda não há posse de bola definida, deve-se repetir o lance.

    Penso que seja assim. Alguém que me corrija caso eu esteja errado.

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  6. Anónimo26 de outubro de 2017 às 06:22

    Claro que está errado. No andebol a posse de bola está sempre definida a partir do momento em que começa o jogo.

    Futebol tem a bola ao solo. No basquetebol bola ao ar. No hóquei em patins e no gelo golpe duplo.

    No andebol sempre, mas sempre mesmo, há uma equipa que tem posse de bola.

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  7. Anónimo29 de outubro de 2017 às 17:00

    Então e se a bola for ao poste da baliza e ressaltar para o meio do campo e estiverem ambas as equipas na disputa pela bola e a mesa for obrigada a parar o jogo? Quem tem a posse de bola?

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  8. Anónimo29 de outubro de 2017 às 17:00

    Apesar das equipas estarem a disputar a bola esta encontra-se sempre na posse da equipa que rematou à baliza até, pelo menos, ficar na(s) mão(s) de uma jogadora da equipa adversária passando esta a ter o controlo da bola e assim a "posse de bola".

    Tanto assim é que no caso da mesa interromper o jogo para assinalar um Time-Out o mesmo é concedido à equipa que rematou à baliza.

    Se reparar no Andebol nunca existe uma situação em que haja uma disputa directa pela bola, em que haja a intervenção do árbitro, como aquelas que foram referidas de outras modalidades.

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