Análise da semana





Fim-de-semana em cheio com 8 jogos da PO9. E a primeira nota vai para a confirmação da nossa opinião do início da época: Apenas há 2 verdadeiros candidatos ao título, Madeira Sad e Colégio de Gaia pois quer Alavarium quer Sir 1º de Maio estão num patamar inferior. E mesmo o Colégio de Gaia, depois da lesão de Sandra Santiago, parte em clara desvantagem na luta pelo título.

O primeiro grande jogo da época colocava frente a frente o Madeira Sad e o Sir 1º de Maio e a primeira parte foi de grande equilíbrio. O Madeira Sad aproveitava bem o jogo com a pivot Renata Tavares, conseguindo inúmeros livres 7 metros e Filipa Correia concretizou 8 em 8 (ela que apenas foi utilizada para marcar esses livres), destaque também para Cristiana Morgado que, além dos golos que marcou realizou excelentes assistências. Na segunda parte, o Madeira Sad melhorou defensivamente e a entrada de Beatriz Sousa para lateral direito veio dar maior amplitude ao jogo madeirense e a jovem internacional portuguesa provou que pode ser uma excelente opção para o jogo de primeira linha. O Madeira Sad venceu com justiça e continua a afirmar-se como o grande favorito ao título nacional. Quanto ao Sir 1º de Maio, a equipa bateu-se bem mas há problemas ofensivos que são evidentes e a equipa não pode passar o jogo inteiro com a lateral a passar a bola ao pivot que sai cá fora, entrando também a lateral a segundo pivot. É um jogo demasiado previsível que o Madeira Sad estava bem preparado para enfrentar. Paulo Félix ainda tentou dar a volta ao encontro colocando sete jogadoras no ataque e a equipa até criou boas soluções nessa altura, mas aí apareceram as falhas de concretização aos 6 metros. Destaque para Adriana Bastos, uma esquerdina que efectuou uma excelente exibição e para o bom arranque de jogo de Patrícia Fernandes que depois se foi apagando. No primeiro jogo do ano, o Sir perdeu mas a exibição foi interessante. O pior viria no dia seguinte…

No dia seguinte, o Sir defrontou o Sports Madeira. E a exibição foi muito má. Depois de uma primeira parte equilibrada (mas sempre sem encontrar soluções ofensivas), a segunda parte foi péssima, não conseguindo parar o ataque do Sports Madeira e, no ataque não conseguindo resolver os problemas que a marcação individual a Neuza Velente provocava. Sem ideias e com uma central Ana Rita Neves que está a anos luz da jogadora que foi há uns anos atrás (op melhor período da equipa foi quando Paulo Félix decidiu fazer a sua substituição), a formação da Marinha Grande parecia perdida no campo e chegou a estar a perder por 6 golos a meio da segunda parte. Nem defensivamente, um dos pontos fortes do Sir, a equipa se encontrou. É verdade que foram apenas os 2 primeiros jogos de campeonato do Sir mas a equipa tem que render muito mais, neste jogo apenas Carolina Gomes se salvou do naufrágio. Quanto ao Sports Madeira, excelente exibição. Ana Castro provou que a idade não conta e assinou uma grande exibição, quer com remates exteriores quer com fintas 1 contra 1. Jéssica Gouveia esteve endiabrada e Nádia Nunes muito segura entre os postes e lançando inúmeros contra-ataques, uma das suas especialidades. Grande vitória do Sports Madeira que preparou bastante bem este jogo defensivamente e que conseguiu uma vitória mais do que justa.

Na véspera, as madeirenses já tinham batido a Juve Lis, beneficiando de uma boa defesa e contra-ataque em que Cláudia Aguiar e Jéssica Gouveia estiveram imparáveis. Esta mistura de veterania e experiência faz com que o Sports Madeira possa ser uma equipa que pode causar surpresas este ano. O Sports perdeu muitas das suas melhores jogadoras mas a equipa nºao se rende e é bom ver Andreia Andrade de volta à competição. Quanto à Juve Lis, deu a réplica possível enquanto conseguiu, mas tem que melhor bastante na recuperação defensiva. Destaque para Margarida Oliveira, uma jovem jogadora que foi para nós uma agradável surpresa. A Juve Lis continua a ser um grande viveiro de jogadoras e é das equipas que, pela sua juventude, mais espaço tem para evoluir ao longo da época.

Para finalizar o ciclo de 4 jogos disputados no Funchal, o Madeira Sad venceu a Juve Lis num jogo sem história, onde os 2 treinadores foram gerindo os seus plantéis e onde se destacou Anais Gouveia. A Juve Lis continua sem apresentar os reforços cabo-verdianos, não sabemos se ainda virão ou se houve alguma mudança de planos. Mas seria importante que viessem pois falta algum poder de fogo a esta equipa leiriense que irá lutar até ao final por um lugar nos play-offs.

As equipas que subiram de divisão continuam a fazer um excelente arranque de época. O Assomada venceu o Académico, mas o resultado final não espelha o domínio claro do Assomada durante a grande maioria da partida. A equipa do Assomada continua a defender muito bem e a criar inúmeros problemas aos seus adversários. O ataque não é o ponto forte das lisboetas mas Edna Tavares encontra sempre forma de chegar à baliza adversária e Kássia César mantém uma regularidade exibicional muito interessante. Sensacional arranque da equipa liderada pela família Florêncio estando num surpreendente 3ª lugar! Quanto ao Académico, confirma-se o mau arranque da época. As dificuldades ofensivas são gritantes e salva-se Cristiana Alves, a melhor marcadora do campeonato, que vai conseguindo concretizar num vazio coletivo de ideias. André Monteiro tem que repensar o seu sistema ofensivo, porque a equipa está longe daquilo que pode fazer.

Em Aveiro, a outra equipa que subiu de divisão, o JAC, perdeu pela primeira vez mas bateu-se bem perante uma equipa de topo. Inês Cabaça fez uma excelente exibição, num ataque bastante fluído que consegue ora encontrar soluções nas pontas, ora proporcionar boas condições de remate, pena Marta Santos não ter estado num dia inspirado, cometendo bastantes falhas técnicas e desperdiçando muitos remates. Mas o JAC perdeu o jogo por falta de agressividade defensiva, permitindo às rematadoras do Alavarium, Ana Carolina Silva e Carolina Loureiro marcarem inúmeros golos de primeira linha. O Alavarium teve o jogo com vantagens interessantes durante algumas vezes no encontro, mas permitiu sempre que o JAC se aproximasse. A equipa aveirense conseguiu recuperar bem depois da derrota em casa na última jornada e com Ana Carolina Silva a regressar à forma que ostentava na Juve Lis pode aspirar a conseguir bater o pé nos jogos contra as 2 equipas candidatas ao título.

Em Gaia, o Colégio manteve a invencibilidade, mas não produziu uma boa exibição e o jogo foi mais equilibrado do que era esperado.  As campeãs nacionais entraram com uma postura demasiado relaxada e nunca conseguiram uma grande vantagem, destacando-se Catarina Ruela e Patrícia Lima na qualidade das assistências de belo efeito, até ter saído lesionada. O Cale voltou a perder mas voltou a dar uma boa imagem e a mostrar que pode surpreender. A equipa luta até à exaustão e Vasco Ramos consegue surpreender em alguns momentos do jogo através da colocação de 7 jogadoras no ataque. Catarina Carneiro destaca-se quer a defender quer a atacar e Vera Monteiro, de uma forma pouco ortodoxa, conseguiu inúmeras vezes ultrapassar a defesa do Colégio de Gaia. Bom espírito deste Cale sem vedetas mas com muita atitude.  Não costumamos falar de arbitragem, mas queremos aqui abrir uma exceção, não pelo lance em si (que em nada influenciou o jogo) mas pelas condições do mesmo. Vasco Ramos é excluído por dois minutos num lance em que a bola sai e ele tem os dois pés dentro do campo e passa a bola a uma jogadora sua para repor rápido a bola. Não podia estar dentro de campo? Não. Mas no pavilhão do Colégio de Gaia é impossível os treinadores estarem à frente do banco sem estarem dentro do terreno do jogo e estas condições deveriam ser repensadas, sobretudo para uma equipa com a qualidade do campeão nacional e onde os jogos do título passam por ali.


Para terminar, o derby maiato, onde o Maiastars cilindrou o Santa Joana. Foi um jogo desinteressante e a culpa não foi do Maiastars que fez um jogo sério mas que se transformou num jogo treino tal a diferença entre as equipas, destaque para a grande exibição de Débora Moreno que depois da semana passada ter sido considerada a melhor jogadora do torneio organizado pelo Passos Manuel, arrancou mais uma grande exibição quer ofensiva quer defensiva. Depois de duas exibições menos conseguidas, o Maiastars arranca uma grande exibição mais consentânea com aquilo que esperamos da equipa. Quanto ao Santa Joana, fomos muito crucificados nas redes sociais por termos sido tão críticos nas previsões sobre o que seria a época do Santa Joana. Infelizmente, a realidade tem confirmado os nossos prognósticos. Nada temos contra o clube, apenas não entendemos como uma época é planeada desta forma, não conseguindo um plantel minimamente condizente com a história do clube e com a primeira divisão. Primeiro jogo derrota por 17, segundo jogo derrota por 23. E quando uma das poucas jogadoras de qualidade da equipa (Ana Lopes) não joga, tudo fica ainda mais complicado. Ana Carvalho lá vai remando contra a maré e a ausência de qualidade permite sempre despontarem revelações e Caroline Costa tem estado em bom plano neste arranque de campeonato. Infelizmente, o destino do Santa Joana parece traçado ainda antes da competição se iniciar. 

Comentários

  1. A federação devia repensar bem se o pavilhão do Colégio tem as condições necessárias para uma 1º Divisão!! É ridículo os treinadores terem de estar constantemente dentro do campo e as jogadoras mal conseguirem sair e entrar sem esbarrar contra alguém ou até mesmo com a parede!!!

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  2. haja alguem que ponha o dedo na frida.... é pena no andebol haver tantas cunhas depois as selecções é a vergonha que de vê é preciso é mais trabalho e menos vaidade....

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    1. O prof tormenta diz e a federação faz.o presidente da federação só lá está a marcar presença já é assim a mais de 30 anos

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  3. Um pavilhão sem o mínimo de condições para a prática de andebol seja na 1 2 3 4 5 6 divisão. Simplesmente põe em risco a integridade física dos atletas Derigentes e treinadores e so vai ser interditado quando se der uma desgraça.espero que quem autoriza jogos no recinto não diga que não sabia.e os dois minutos mostrados são mais uma vez uma vergonha para a modalidade.

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  4. Todos sabem que aquele pavilhão não tem condições, até e principalmente de segurança para atletas.
    A falta de bom senso de todos os envolvidos, é gritante.

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  5. Que é feito da Mihaela Minciuna do Maiastars??? Não joga?

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  6. Como é que fazem a análise das equipas? Como viram os jogos para comentar a prestação desta ou daquela atleta?

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    1. Nós só comentamos os jogos que vemos. Habitualmente vemos todos, como nesta jornada. Mas poderá haver algumas jornadas que não consigamos assistir a alguns jogos e não os comentaremos.

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    2. mas como vêem os jogos? Também gostaria de ver....

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    3. Nós somos 4, distribuídos pelo continente e Madeira. Além dos jogos que vemos ao vivo, conseguimos ver os jogos através dos vídeos cedidos por um treinador.

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  7. será que não falaram em alguma bedeta...é melhor terem cuidado ou ficam bloqueados.

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  8. Aquilo que aconteceu com o Vasco em Gaia não é de admirar. Já vi uma atleta a conseguir expulsar um treinador porque ele estava a dar indicações com o braço esticado e a atleta foi de encontro a ele e simulou uma agressão. Apenas e só quando acontecer uma lesão mais grave ou algo pior, é que as medidas irão ser tomadas e o pavilhão interditado (espero bem que não). E depois quem assumirá a culpa? O Colégio ou a FAP? A maior parte dos clubes joga nos pavilhões das autarquias, porque não faz o Gaia o mesmo? E se os clubes se recusassem a jogar no pavilhão porque o mesmo não tem as condições ideais? Que consequências haveriam? Os bloggers poderiam explicar?

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    1. "Apenas e só quando acontecer uma lesão mais grave ou algo pior, é que as medidas irão ser tomadas e o pavilhão interditado (espero bem que não). "

      Para salientar que espero que não surja nenhuma situação mais grave, e não o pavilhão interditado. Pessoalmente já o devia ser.

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