Machismo no andebol de praia

                                           




A equipa feminina de andebol de praia brasileira CopaBeach/Cepraea está a protestar contra a obrigatoriedade do uso da tanga no andebol de praia feminina. Queixam-se às autoridades brasileiras mas o problema é mundial e em Portugal esta medida também acontece.

Estão a ver a foto que ilustra este texto? Pois bem, ela já não é possível em Portugal. Os homens podem jogar de calções mas as mulheres são obrigadas a jogar de tanga. Dizem que é por uma questão estética. Nós sabemos que qualquer homem gosta de ver uma mulher de tanga, mas uma vez mais é a vontade masculina a prevalecer.

Sabem quantas raparigas não jogaram este Verão nas etapas de andebol de praia em Portugal por não quererem jogar de tanga? Várias, podemos assegurar-vos! Nem todas lidam da mesma forma com o seu corpo e, desculpem-nos a sinceridade, uma rapariga adolescente com muitos quilos a mais, é evidente que é normal não querer usar uma tanga. Se não usa na sua indumentária de praia vai usar num jogo de andebol com tantos olhos em cima dela?

Não nos digam que isto é uma visão feminista. este blog é constituído por 2 homens e 2 mulheres e todos partilhamos a mesma visão. É vergonhoso e altamente discriminatório o que está a acontecer atualmente no andebol de praia! Procuram-se os corpos Danone e esquecemo-nos que nem todas os têm.

Já agora, porque é que não se obriga os homens a jogar de sunga? Onde está a igualdade de critérios?

É verdade que ninguém devia ter complexos do seu próprio corpo. Mas há quem tenha. E há que respeitar isso. O andebol está a seguir o exemplo da sociedade "corpinhos fit" dos dias de hoje, esquecendo-se que nem todos têm que ser assim. Nem todos conseguem ser assim.

Obviamente que quem fez esta aberrante lei foi um homem. Os homens deste blog adoram ver as mulheres a jogar de tanga. Mas os homens deste blog não adoram certamente ver uma mulher de 90 quilos a jogar de tanga, como já vimos este ano. Foi constrangedor e a rapariga em causa acabou em lágrimas por comentários infelizes e inoportunos que algum engraçado resolveu mandar na altura errada.

A FAP limita-se a cumprir as regras internacionais? Sem dúvida. Mas a FAP que tantas vezes fala na igualdade de géneros, devia fazer ouvir a sua voz junto da federação internacional.

Se partilhas esta nossa posição sobre a discriminação de géneros no andebol de praia, partilha este artigo!

Comentários

  1. A FAP, enquanto Federação com Utilidade Pública Desportiva, está filiada nas Federação Internacional de Andebol, entidade máxima responsável pelas regras de jogo de todas as vertentes do andebol. Portugal, a exemplo dos outros países, aplica as regras internacionais.

    Nese sentido, segue o link das Regras de Andebol de Praia: http://www.ihf.info/files/Uploads/NewsAttachments/0_09%20-%20Spielregeln%20Beach%20Handball_GB.pdf

    A regra 4 define assim os equipamentos de andebol de praia para Homens e Mulheres:

    Equipment
    4:8 All the court players of a team must wear identical uniforms. The
    combinations of colors and design for the two teams must be clearly
    distinguishable from each other.
    The beach handball male player‟s uniform consists of tank top and
    shorts and eventual accessories. The beach handball female player‟s
    uniform consists of tops and bikini bottoms and eventual accessories.
    Tank tops / tops will be of bright and light colours (i.e. red, blue,
    yellow, green, orange and white) in the attempt to reflect the colours
    usually used and worn on the beach.

    Com os meus melhores cumprimentos

    Pedro Sequeira
    Vice-presidente da FAP

    ResponderEliminar
  2. A mim parece-me que apesar da FAP estar filiada à FIA tem que responder a principios éticos de igualdade de género, porwue responde primeiro à Constituição da República Portuguesa, a qual prevê que este tipo de diferença/ discriminação tendo apenas como critério a diferença de género, é ilegal/ inconstitucional e o que esperava enquanto cidadã portuguesa, europeia e jogadora de andebol, é que a FAP se tivesse manifestado junto da FIA em 2010 quando este regulamento foi escrito e não ter arrastado esta situação até hoje em que "se ia deixando jogar" as equipas femininas de t-shirt e calção mesmp sendo contra o regulamento, até que agora na fase final do campeonato já terem obrigado a esse cumprimento assim como na próxima época também já não permitirem nas fases regionais. De qualquer forma, esta é uma situação inadmissível quando o único critério aceitável para uma situação deste tipo era se o uso de um equipamento "normal" pusesse em causa a prática da modalidade de alguma forma, que não põe, como é óbvio, até porque nas equipas masculinas isso não é exigido.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário